Simulador com holograma permite situação hiper-realista para policiais, reduzindo riscos e melhorando a tomada de decisão em situações de estresse
Brasília foi palco, nos dias 24 e 25 de junho, do Fórum Segurança do Amanhã, evento que apresentou uma tecnologia inovadora no Brasil com potencial para transformar o treinamento das forças de segurança pública. A ferramenta baseada em realidade mista e hologramas permite simulações hiper-realistas em ambientes virtuais e foi demonstrada na sede da Polícia Rodoviária Federal (PRF) reunindo especialistas, autoridades e representantes de instituições públicas.
Desenvolvida pela startup catarinense Hololab, a tecnologia utiliza óculos e sensores para inserir policiais em cenários escaneados de ambientes reais, como escolas e supermercados.
“Não se trata apenas de um videogame. A ideia é transportar o agente para o local onde a ocorrência acontece, em um ambiente controlado, sem expô-lo a riscos, oferecendo uma simulação precisa das situações enfrentadas no dia a dia das forças de segurança pública brasileira”, explicou Alexandre Vasques, CEO da empresa. A proposta já é usada em divisões operacionais dos Estados Unidos e está em fase de testes no Brasil.
Realizado pelo Projectum, grupo de pesquisa em dados e tecnologias imersivas da Universidade de Brasília (UnB), o Fórum Segurança do Amanhã teve como um de seus organizadores o professor André Serrano, que destacou o salto que a inovação representa para a formação policial no Brasil. Ele comparou a nova ferramenta aos métodos ainda utilizados no país: “Vi o Exército treinando com uma televisão estática, sem recuo ou peso. Agora, o policial pode sentir o impacto do colete, o peso da arma e reagir a comandos de voz. Isso aproxima o treinamento da realidade e pode evitar acidentes graves”, explicou.
O diretor de operações da PRF, Marcos Vinícius, destacou que o uso de simuladores já vem sendo estudado dentro da instituição como estratégia para aprimorar a formação dos agentes. “Essa tecnologia nos permite simular situações de estresse próximas ao combate real, aprimorando a tomada de decisão e tornando o policial mais preparado para a rotina nas ruas”, destacou.
A superintendente da Fundação de Apoio à Pesquisa do DF (FAP), Renata Johas, enalteceu o papel das universidades no desenvolvimento da solução. Segundo ela, o projeto nasceu de uma proposta da UnB e contou com apoio da FAP para se tornar realidade. “É um avanço que valoriza a vida dos profissionais da segurança e melhora o serviço prestado à sociedade”, afirmou.
A tecnologia está sendo testada por diferentes corporações, com a expectativa de integrar o modelo brasileiro de capacitação policial. O Fórum Segurança do Amanhã marca um passo importante como referência em inovação na segurança pública, aproximando ciência, tecnologia e gestão para qualificar o trabalho de quem atua na linha de frente.
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